“Me sinto sozinho(a) mesmo estando em um relacionamento”: um pedido silencioso que a psicanálise escuta

É cada vez mais comum escutar, nos consultórios e nos bastidores da vida, frases como:

“Eu amo meu parceiro, mas me sinto só.”

“Estamos juntos, mas parece que vivemos em mundos diferentes.”

Estar em um relacionamento não é garantia de conexão. A solidão emocional dentro de uma relação é uma das experiências mais dolorosas — e muitas vezes mais silenciosas — que alguém pode viver.

Por que isso acontece?

Do ponto de vista psicanalítico, a escuta dessa dor vai além da queixa pontual. Ela nos convida a olhar para o que está faltando, para o que se repete, para os modos como cada um aprendeu a amar — e a ser amado.

Pessoas que relatam esse tipo de sofrimento muitas vezes cresceram em ambientes onde expressar emoções era difícil, ou onde suas necessidades afetivas foram ignoradas. Com o tempo, aprendem a “não precisar tanto”, a se adaptar, a aceitar migalhas emocionais como se fossem o suficiente.

Mas o corpo sente. A alma sente. A falta volta a doer.

Sintomas da solidão a dois:

• Falta de diálogo profundo

• Sensação de ser “desconhecido” pelo outro

• Pouca troca de carinho ou intimidade

• Evitação de conversas difíceis

• Sensação de estar se anulando para manter a relação

É possível transformar essa dor?

Sim. A psicoterapia oferece um espaço seguro para:

• Entender o que se repete nas suas relações

• Fortalecer a escuta de si

• Aprender a comunicar desejos e limites

• Reconhecer o valor da sua presença, inclusive quando o outro não reconhece

Às vezes, não é a relação que precisa acabar. É o modo de se relacionar que precisa ser transformado.

Outras vezes, é preciso coragem para reconhecer que amar sozinho(a) não basta.

Psicanálise não oferece conselhos prontos. Oferece escuta.

Na psicanálise, cada história é única. O sofrimento que hoje parece sem nome pode ganhar palavras. E quando algo é dito, escutado, simbolizado — ele deixa de aprisionar.

Se você sente que está vivendo um relacionamento onde o amor não basta, onde a solidão tem feito morada, talvez seja o momento de escutar mais de perto o que o seu inconsciente está tentando dizer.